(...) da ashfixia à serotonina

terça-feira, dezembro 06, 2005

115º

Deixa amor socorrer-me de ti.
Correr no teu corpo, saborear o gosto dos fluidos sem ter que forçar...
Agora não é estupro mas amor, agora estou contigo na seda, no veludo. Estou suave porque tu me amacias os seios com fogos repentinos.
O teu gesto é cada vez mais inflamatório. Que labareda! Que doce ardor...
Sabes que me visto para mim, que a lingerie que escondo é prazer a solo?
A ti dou-me desprovida de armas, de coisas, de tudo e de mais qualquer coisa.
Corremos as persianas? Escondemos o pecado na cortina? Queres ouvir-me segredar o medo às escuras?
Tremo ao toque imprevisto e recebo as investidas incautas.
Cautela!
Aqui ainda há sangue para dar e beber. Há veias soltas e ameaça.
Empresta-me uma mortalha, grava-te lápide.

Eis o animal instinto e o lençol sujo de amor.