(...) da ashfixia à serotonina

domingo, junho 18, 2006

307º

O Umbigo do Infinito

Onde moram as tuas dunas, mãe, o teu ventre é o rio.
Ensina-me o caminho para o interior da terra.
Dá-me a voz das árvores no silêncio da pele.
Vejo-te quando olho para dentro de mim. Mas não sei nada.
Onde estou eu cá dentro, mãe? Que lugar este.
Ensina-me a regressar.
Vejo-te a viajar no sangue torrencial.
Também já sei abraçar a noite e ouvir a lua nas raízes do pé.
Não sei mais nada.
Quero voltar. Quero muito.
Cala-me a dor que é aguda, mãe.
Mata-me a sede no rio.
No fim, são de sal as dunas da minha febre.
O abraço crepuscular.

4 Comments:

Blogger António Gomes said...

Agradou-me muito a metafisica da natureza retratada.

7:54 da tarde  
Blogger Clarissa said...

:)
Vai espreitar o Cem Rumos:«Alógenes a preto e branco».
Beijocas grandes

3:07 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

cenografia delirante :)

10:18 da manhã  
Blogger Raquel Antunes said...

Podes crer que vou clarissa ;)

Efectivamente não ponho os olhos pelos blogs da malta há uns tempos... Nem aqui tenho vindo!
Bem, não vou estar para aqui com extensas explicações. Mas a verdade é que ainda agora acabei as frequências e, não sei se é por isso, mas não sinto grande motivação para me sentar em frente a um pc... Preciso de férias!

Beijocas :)

1:31 da manhã  

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