345º
A desproporção do Ocaso
Na dança do escuro há meninos de luz
e passos de silêncio que levam os lobos à carne mansa
Roteiros de céu num berlinde gasto
que me dás
Para que mo dás?
O teu mundo num caule fraco
de olhos mortos no chão que espreita deuses
Que acolhe alegrias infundadas
medo do dia, com clareza
Para que me esperas?
Se te é branco o que antes era negro
o que tinha de ti um dedo em casca de árvore
e já se faz a hora de crescer para mudar
Semear pés de lama no nu
imaculada erecção de canções perdidas
O eu que é de uma colossal ataraxia
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