(...) da ashfixia à serotonina

domingo, outubro 15, 2006

365º

Das escadas abaixo

Pela mão da cura uma gota amarga
e cai o tempo pelos intervalos da dança
ao romper do baile

Pelos dedos apressados do sentido e da fuga
rompe-se uma aresta do corpo
ao vértice que morreu

Pelo degrau a ruir
cala-se o passo com o vestido
e a ferida ri-se todas as noites
e a pena de ave toma o peso do betão
para que as árvores possam chorar
para que o baile seja guardado
numa janela apalaçada, numa nuvem
o gelo parte-se para os pés de algodão
e a vénia constrói-se no nevoeiro febril
pelas escadas abaixo à cegueira
de branco o dia nasce.