365º
Das escadas abaixo
Pela mão da cura uma gota amarga
e cai o tempo pelos intervalos da dança
ao romper do baile
Pelos dedos apressados do sentido e da fuga
rompe-se uma aresta do corpo
ao vértice que morreu
Pelo degrau a ruir
cala-se o passo com o vestido
e a ferida ri-se todas as noites
e a pena de ave toma o peso do betão
para que as árvores possam chorar
para que o baile seja guardado
numa janela apalaçada, numa nuvem
o gelo parte-se para os pés de algodão
e a vénia constrói-se no nevoeiro febril
pelas escadas abaixo à cegueira
de branco o dia nasce.
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