(...) da ashfixia à serotonina

quinta-feira, novembro 02, 2006

379º

O último bilhete

O comboio que corre pelas veias
pelas cadeias de ferro e chamas
e a imagem que vai secando
que vai dizendo adeus à noite
para sempre ficar gravada
para sempre lembrar o que não foi
pelo talvez das mãos partidas
O comboio rompe o meu silêncio
canta-me os dias esmagados
nos vidros da janela, nos telhados de Abril
e as sereias que o vento me traz
e as brisas que a pele guardou
para uma carruagem que parte
e a dor irrequieta nunca dorme
O comboio rasga-me e conduz-me para longe
para algures na noite cá dentro.

(...)

«I can go where no one else can go
I know what no one else knows
Here I am just drownin' in the rain
With a ticket for a runaway train»

Runaway Train (Soul Asylum)