(...) da ashfixia à serotonina

sábado, dezembro 09, 2006

386º Desafio

O Natal

5, 4, 3, 2, 1 e... Meia Noite
E prendas, brilhos, luzes, alegria, alegria, sorrisos
Mas não para os filhos do nada

Corria-lhes o vento nas rugas e a neve pelos trapos
Olhava-os um fio de lâmina e o ódio consumido
e não havia mais nada.
Eles não têm idade e por isso não têm Natais
Mas a chuva leva-os para dormir nas cavernas da cidade,
todos os dias e noites que se cruzam
e não têm horas.
Viram-nos por aí?
Os filhos do nada não são gente nem animais,
e nós? Que foi feito de nós?
Nas casas quentes, com brilho, luzes, alegria, alegria...
E os laços cegos, para as casas mortas aqui no nada
Aqui a vida que arde como as velas,
E o Natal não canta nunca para os cristos do subúrbio.

21 Comments:

Blogger Beatriz said...

Vai cantando. Existem para alguns visitas de homens e mulheres excepcionais que, com a hipótese de gosarem o Natal em casas quentes, optam estar com eles e aquecer-lhes a quadra, o corpo e o espírito. E desde já te agradeço porque me deste uma ideia interessante para o meu Natal e passagem de Ano :)

um Feliz Natal para ti

9:16 da tarde  
Blogger Parrot said...

Esses são os verdadeiros Cristos.

Muito simples mas muito profundo. Parabéns.

Feliz Natal

9:22 da tarde  
Blogger Teresa Durães said...

vim li gostei

9:42 da tarde  
Blogger José Pires F. said...

Amiga Raquel,

Gostei imenso da forma como viste este Natal.
Felizmente para alguns, como diz a Beatriz, lá chega uma mão amiga nesta data de gente que troca o seu conforto, pela tentativa de dar algum aos filhos do nada.

Gostei muito.

Grande abraço.

9:45 da tarde  
Blogger Clarissa said...

Querida Raquel... um post digno de ti e da tua alma linda. Só uma lágrima o pode saudar devidamente.
Obrigada.
Um abraço muito forte.

10:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Lindo e tristemente verdade...
Enquanto uns se perdem em natais forjados outros sonham como seria...

Mas esperança existe de quem podem muitos ajudar a mudar, se não tudo um pouco dessa verdade.

Achei perfeito.

Beijo, boa noite e ótima semana

:*

10:08 da tarde  
Blogger Maite said...

Cara Raquel

Um conto suscinto, feito de frases quase soltas como os "filhos do nada". Será que encontrarão o caminho?

Uma boa noite para si :)

11:02 da tarde  
Blogger tb said...

e quantos filhos do nada existem neste universo desigual!...
Gostei muito.
Beijo

11:08 da tarde  
Blogger Klatuu o embuçado said...

Muito bonito e dá que pensar... os cristos do subúrbio... pois!

Um conto pode ter muitas formas, gostei desta.

Dark kiss.

11:57 da tarde  
Blogger Kaotica said...

Raquel
Uns festejam e exibem o excesso, outros arrastam a necessidade numa luta passiva pela sobrevivência. Sempre urgente este tema, cada vez mais urgente num mundo comprovadamente cada vez mais cavado e marcado pela desigualdade.
Um abraço

1:13 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Raquel,

Gostei muito do que li, principalmente porque são poucas as pessoas que se lembram desses cristos do subúrbio... e depois das visitas desses homens e mulheres excepcionais o frio volta devagar...

Beijinhos*

11:28 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Raquel,

Gostei muito do que li, principalmente porque são poucas as pessoas que se lembram desses cristos do subúrbio... e depois das visitas desses homens e mulheres excepcionais o frio volta devagar...

Beijinhos*

11:29 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Raquel,

Gostei muito do que li, principalmente porque são poucas as pessoas que se lembram desses cristos do subúrbio... e depois das visitas desses homens e mulheres excepcionais o frio volta devagar...

Beijinhos*

11:30 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Raquel,

Gostei muito do que li, principalmente porque são poucas as pessoas que se lembram desses cristos do subúrbio... e depois das visitas desses homens e mulheres excepcionais o frio volta devagar...

Beijinhos*

11:41 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Raquel,

Gostei muito do que li, principalmente porque são poucas as pessoas que se lembram desses cristos do subúrbio... e depois das visitas desses homens e mulheres excepcionais o frio volta devagar...

Beijinhos*

11:44 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Adorei a estrutura do teu conto.
Depois, só o vazio ficou cá dentro.
*

9:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Adorei a estrutura do teu conto.
Depois, só o vazio ficou cá dentro.
*

9:08 da tarde  
Blogger José Pires F. said...

Tenho a impressão que a Vanessa se repetiu um bocadinho.

10:50 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Muita gente esquece que existem pessoas que não têm a mesma sorte que a maioria considera normal. Para muitas pessoas, essas datas festivas são apenas mais um dia o qual se deve sobreviver. Abraço.

11:05 da manhã  
Blogger rafaela said...

E com silêncio te saúdo, porque só o silêncio pode acalmar a minha alma e aclamar a tua, agora...

Parabéns...
Fantástico!

Beijos

2:01 da manhã  
Blogger saenima said...

é brutal como esse poema é tão real..
não fosse o natal e muita gente esqueceria de vez esses pequenos cristos que o são todo o ano..

pena que os reis já não os encontrem ao chegar..

beijos

12:08 da tarde  

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