367º
Imputações Narcísicas
Suavemente mas com exactidão
a espiral encurrala-lhe os olhos
injecta-lhe serpentes pelo ódio acima
masturba-lhe a serotonina
Lenta, crucial, intangível
escoa-lhe um gemido das entranhas
um fino fio vinagrento
com amor...
Emudecida, linda, mansa,
efémera fada
num tango noctívago
aspergida pela onda incrível da natalidade
Quem eras?
Micróscopica como a bactéria
astuta, cigana, ou natural
nascendo entre o asco e a vergonha
Ou susto...
freme sorri e chora tudo velozmente
na corrente manancial do útero fustigado pela tempestuosa fúria
na pressa súbita de se esquivar até às têmporas
uma planta fanerogâmica
Quem sente tanto assim?
A madre ou a submissa acanhada nos confins das celas ancestrais, o sagrado fim que lhe cola a carne ao espírito, que lhe consegue gritar
que pare
antes de se vir, de sorrir, de rasgar
um tempo lacrimal
o agridoce pincel a rosa-cinza
a tela narcisista do maníaco-depressivo
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