(...) da ashfixia à serotonina

quarta-feira, janeiro 25, 2006

173º

À noite

À noite, às escuras,
crescem moinhos nos olhos felizes.
Moinhos de vento levam sonhos,
passeiam sorrisos pelo ar.
Um assobio percorre uma espinha,
um beijo pára uma lágrima.
Há noites escuras mas
cheias de mensagens sem voz.
Há recados nas pedras,
gestos nas estátuas.

À noite, às escuras,
nascem meninos nas mãos dos amantes.
Meninos que são fotografias e trazem sorrisos,
meninos que vivem nas mãos dadas.
Um morcego rasa os cabelos,
uma lágrima dança nos lábios.
Há noites escuras mas
cheias de gestos sem som.
Há cartas nas estrelas,
lembranças nas sebes.