(...) da ashfixia à serotonina

quinta-feira, janeiro 26, 2006

175º

Debaixo da pele descansas.
Estás fria, molhada,
de medo.
Debaixo de escamas és outra.

O céu tem assinatura de pena de ave.
As rochas têm o teu grito gravado,
têm azias, vestígios de sofrer.
As escamas são falsas substitutas,
são réstias de lâmina.

Eras réptil.

No meio do mundo, do útero,
a gema...
Agora o vulto germinado.
O réptil, o inimigo primeiro.
As escamas, a dor original.

Eras réptil.

Nas ilhas circundantes há ninhos por cessar.
Virás tu réptil?

Eras também peixe e multiplicavas-te no sal das águas, nos mares e praias.

Há uma constelação que me lembra de ti.
Conheço-te de frente e de verso.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

gostei muito deste poema...especialmente da parte final.:*

5:00 da tarde  
Blogger isabel said...

escreves tão bem!
Que sorte teres esse dom :)

7:42 da tarde  
Blogger Raquel Antunes said...

Obrigada Clotilde! Esta fez-me corar :D

12:09 da manhã  

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