175º
Debaixo da pele descansas.
Estás fria, molhada,
de medo.
Debaixo de escamas és outra.
O céu tem assinatura de pena de ave.
As rochas têm o teu grito gravado,
têm azias, vestígios de sofrer.
As escamas são falsas substitutas,
são réstias de lâmina.
Eras réptil.
No meio do mundo, do útero,
a gema...
Agora o vulto germinado.
O réptil, o inimigo primeiro.
As escamas, a dor original.
Eras réptil.
Nas ilhas circundantes há ninhos por cessar.
Virás tu réptil?
Eras também peixe e multiplicavas-te no sal das águas, nos mares e praias.
Há uma constelação que me lembra de ti.
Conheço-te de frente e de verso.
3 Comments:
gostei muito deste poema...especialmente da parte final.:*
escreves tão bem!
Que sorte teres esse dom :)
Obrigada Clotilde! Esta fez-me corar :D
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