(...) da ashfixia à serotonina

quinta-feira, janeiro 26, 2006

179º

Pé ante pé, ameaço-te.
Serei espinhosa todas as noites.
Escolhes mal,
repetidamente mal.
O meu baralho vai calar-te.
Consentirás?
Aplaudo os teus talentos, a tua determinação em enfrentar todas as feras,
de uma vez só.
Viva! Viva para ti que és dono de uma pérola que mais ninguém vê.
Será realmente importante?
Será de louvar o teu jeito de exclusividade?
Pensarei atempadamente.
Quando souber te direi... Se vives, se permaneces,
se calas o teu grito numa paragem matutina.
Se ficas para partilhar os restos de um corpo
usado, espremido.
Fui eu exposta a ti inerte...
Mumifica-me.
Faz-me perdurar.
Mas, guarda este minuto para a sobremesa.

- Beija-me por dentro.
- Como?
- Como te ensinei... Tu sabes.
- Hum... Deixa-me ver. Estás como antes!
- Sim. Hoje ressurgi do gelo...

Tu não sabes que na verdade,
dentro de mim cresce um mundo novo.
Tenho a dádiva de transformar um retrato vazio numa aguarela transbordante.
Tenho um lápis e uma borracha.
Aqui perto há um jardim por explorar...
Acompanhas-me?

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

fantástico

6:43 da tarde  
Blogger Raquel Antunes said...

thanks :)

11:40 da manhã  

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