(...) da ashfixia à serotonina

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

185º

Doce Mácula

Sacia-me um pecado,
apressa-me já.
Faz-me veloz, percorrer o teu mármore.
És um monumento móvel, és uma ordem.
Não me atrevo a parar-te.
Tu és despótica,
mas nunca frígida.
Estás a arder,
e a levar-me contigo em chamas.
Estes dedos que vês são também fósforos...
Além disso, há acendalhas junto à cama.
Sei-te macia, leve e límpida.
Vamos dar espaço à mácula e derretermo-nos
entre a seda fina e o algodão dissolvido.
Somos como tecidos por bordar.
Somos peles que vamos coser e unir uma à outra.
Infringimos as leis do Universo, mas como?
Somos terra, ar e fogo... Temos sede.
Vamos então brindar nas águas primordiais.
Imprimir em nós os elementos cosmogónicos...
Caminhemos fundidas pela carne, pelos ossos, pelos fluidos.
Sejamos o casamento perfeito,
a aliança em fuga.

1 Comments:

Blogger Raquel Antunes said...

Obrigada :)))

10:05 da tarde  

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