253º
Templos de Alterne
Um Deus, um sanitário público.
Uma flor, um grito morto na mãe.
Uma criança, um feto a enfeitar o escombro.
O quarto de sonhos arruinado.
A casa nova que arde, o luto da viúva prenhe.
Um feto, uma flor no campanário.
Um sino que entoa a mágoa da cidade.
O quarto do menino castrado à nascença.
Um Deus...
Ouve-se o voo dos insectos, o aconchego das abelhas.
Sente-se o mel no colo das tias solteiras.
A vagina é o albergue do Deus patriarca.
O pai da cidade que lança a foice, que castra os jardins.
O pai, o tio e o avô que urinam o quarto.
A cama desfeita e a luz que se vai.
A flor que murcha no carburante paterno.
O Deus eleito no urinol dos meninos órfãos.
A mãe desmoronada...
A queda feliz do luto embebido em espermicida.
O teor dos leitos num bar.
O cuspo que lubrifica as estradas para um templo de alterne...
Por fim, a honra, o sémen que benze o pão de Deus.
A casa no terminal, o pai das hóstias.
(Uma flor, um grito calado à mãe)
5 Comments:
hóstia licérgica
Já por aqui passei duas vezes...incomoda-me este poema...tanto que nem sei o que dizer...
beijocas grandes e bom fim de semana
Olá amigos :)
Clarissa, afinal já disseste qualquer coisa!
Feliz dia das mentiras.
Beijinhos.
Hmmmm… o 1º de Abril não é bom dia para visitas.
Um abraço.
:)
Um abraço para ti tb Piresf!
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