321º
A matança da sala de estar
Estar, soltar a vida nas horas intransigentes.
Ver, rasgar os tempos que correm no meio de nós.
Somos carne de vidro que resta por aí.
Espreitam-se amanheceres no abrigo alheio.
Nesgas de vidas melómanas, a atrocidade instalada.
Estar implica cair num sofá, partilhar um ecrã que nos bebe os olhos e nos cala a pele.
Cala-nos a energúmenidade duma estupidificação consentida.
Estar para ficar é como não ver.
Pois somos vidros que quebram e se perdem num nada gigante e tremendo.
Pois estamos mudos atados aos sóis dos abrigos alheios.
E porque ficar?
Já não são precisas raízes para parar o medo.
Os fantasmas de amanhã também são os amigos.
2 Comments:
ó maria, tu ja publicaste?
gostava de te ver na lista da minha editora... vou-te recomendar
Ainda não publiquei mas andam-me a "pressionar" para o fazer.
Eu é que ainda não mexi uma palha... :)
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