(...) da ashfixia à serotonina

terça-feira, junho 27, 2006

313º

Para um ilhéu que desenhaste no peito

Um oxalá profundo que vem dos pés à garganta.
Uma bandeira erguida às horas corridas a fio de lã.
Pedidos secos à janela banhada pelas estações.
Que te faço eu hoje?
Um aceno que não vês porque se cobre de vapor.
E sou eu nesse vapor.
Uma ternura que espera pelo voo inacabado.
Foste tu quem cortou os pulsos para voar?
Sabem mais os meus dedos em fuga pelo tricotado...
Havia um minuto por ti.
Oxalá um reverso das promessas que isolam.
Um aceno carregado de lágrimas cansadas.
Que te levo eu hoje?
Um retrato de ti no rio estanque.
A promessa de que não estarás interrompido pela madrugada de amanhã.
Nem regressarás no alvor vaporoso dos incensos.
Oxalá houvesses quebrado os rios que te afogavam e impediam.
Oxalá houvesses sabido cortar os pulsos e voar.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

para cortar os pulsos sao necessarios instrumentos de corte...

espera pelo capitulo que vou postar amanha (ja esta escrito) da minha "viagem a bordo".... quase pode ser o comentario a este texto.

beijos

10:18 da tarde  

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