(...) da ashfixia à serotonina

terça-feira, junho 27, 2006

315º

Basta-nos!

Basta-nos saber porque ouvimos a dor transversa à Terra.
Do outro lado há um espinho cravejado na planta do pé deste mundo bipolar.
Há um espinho com milhares de hectares.
Um mundo que chora na aridez dos desertos do Sul.
Além dos pântanos do coração do Norte.
Há mares de felicidade para os que a podem comprar.
E para aqueles que nascem na sombra do conflito interminável?
Na mão invisível de um mundo-mercado à luz global?
Basta-nos saber porque vivemos iluminados.
Cobre-se a nudez com guerras de mentira e sangue "justificado".
Cruel a justiça dos bons, dos claros.
Mas é de breu que se tece a teia que nos conduz pela cegueira colectiva.
A um ciclo de morte-vida, guerra-paz, preto-branco, cheio-vazio.
E um adeus em papel de jornal.
Basta-nos mudar porque podemos.
E eles que não podem porque apenas conhecem o espaço errado no tempo errado.
Um tempo que promete não se despedir.
Basta-nos olhar com olhos de ver e querer mudar.
E afinal, basta-nos usar a voz que nos foi dada ao narcermos no tempo certo e na hora exacta.
Porque a vida não deve ter preço.
Porque podemos ser pessoas ao invés de números cifrados no estermínio.
Basta-nos afirmar que gente está acima de massas.
Porque quem não conta é banido.
Basta-nos afirmar que gente é digna e igual.
E que as armas serão mais que as vidas...
Basta-nos não ignorar apenas porque é mais fácil.
E desbestializar um mundo quebrado pelas bestas que somos.
Se nos basta tão pouco para alcançar muito!
O que nos trava e nos cala um sonho que quer ser vivo?

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

não tenho respostas para ti. mas tenho aplausos *levanta-se e aplaude*

11:39 da tarde  

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