(...) da ashfixia à serotonina

domingo, julho 09, 2006

323º

O agradável réprobo

Partiu-se o mar dentro de nós.
Caiu-nos a fuga nos dedos.
Então, saimos pela alvorada, mãos dadas a escorregar no pânico.
Vieram ruas compridas e estreitas empurrar cada passo no infinito.
Os cães danarem-se pelas feridas a fundo.
E pés que não chegam!
Caiadas na miragem desértica as tuas dunas.
Inesperado ventre em brasa que se fecha sobre as mãos dadas.
Mãos raptadas para fugir, dadas de angústia.
E o amor que não pára de cantar!
Inseminado na vertigem cálida de ferida em fuga.
E não espera.
Não espera para terminar num cais qualquer.
É um início e não precisa de esperar.
Porque depois não há fim. Não se trava.
Para já basta empurrar o baloiço com ainda mais força.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

belo, nina

fazes-me lembrar algo que escrevi ha alguns anos. algo como

"sairemos pelas ruas pelos telhados da cidade"

10:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

belo, nina

fazes-me lembrar algo que escrevi ha alguns anos. algo como

"sairemos pelas ruas pelos telhados da cidade"

10:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

habitei sempre auma dúzia de quilómetros de lisboa, mas vivi sempre no coração da cidade.

sim, acertaste na mouche

3:45 da tarde  

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