(...) da ashfixia à serotonina

sexta-feira, setembro 28, 2007

372º

dócil matina

Olá x!


O que me contas sobre a tua perturbação sensorial do fim-de-semana passado?
Ouviste uma vez mais (absurdo) os cascos e o galope pelas encostas do teu monte?!
Eu, não sei porquê... Tenho uma formiga no braço e a tremenda necessidade de comer, alarvar, devorar industrialmente tabletes nestlé de amêndoas.
Disseste-me um dia que era a tal coisa da serotonina.
Lembras?
Lembras dos pés da cadeira azul num pátio de madeira branquíssima e o mar.
De aconchegarmos os olhos no ondear bravo e na chuva miúda, os pés na humidade do areal à nossa beira.
Havia um horizonte inteiro por adormecer.

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Olá y!


Não conheço esse horizonte hoje.
E onde andas tu, se perdida no nenhures da cidade suja?
E a serotonina. E os pés da cadeira trabalhada pelas mãos do velho do mar.
E o mar velho como ele ali...
Não revejo hoje o ondear e a chuva mas antes uma neblina das 9h às 11h em que não acontece nada diferente.
Antes sonhos e reflexos desfocados de nós, das algas, dos castelos, mosteiros em ruínas.
E urze, mato, muito mato para poderes sentir-te livre com céu sem fim a pairar.
Também há o comboio das 12h.
E uma gare onde não imaginas com estrados de madeira escura. Escorregadia nas manhãs primaveris.
O fim-de-semana passado?
Não contei, não recordo, não guardei.

E amanhã? E depois de depois de amanhã?
Apanho-te se seguir as tais formigas?
Ou não me levo arrastado até ao fim de mim, de nós no oceano.

Teu, sempre segredo que nem murmurado, reproduzido.
Teu das 9h às 11h.