(...) da ashfixia à serotonina

sexta-feira, maio 12, 2006

277º

A Febre Magna

Uma questão assola os tristes:
Haverá êxito que ilumine um povo, uma terra?
E depois:
Haverá amor depois da guerra?
As respostas virão fechadas num envelope blindado.
Uma carta de desejos obstruídos...
Virão ventos demolidores ensinar canções aos surdos,
Ciclones que assobiam confidências.
Um campo vasto pode ser semeado de gente que,
por sua vez, semeará mais gente.
Homens colhidos pelas armas.
Outras questões dançam já na ponta da língua...
Se o alvo que recebe o tiro sorri?
Se o sorriso vive no rosto falecido?
E, se o amor cresce num campo regado pelo ódio?
A carta foge-lhes numa rajada, o tempo esvai-se.
A verdade cala-se na areia... Ao doce varrer do mar.
Uma resposta é certa:
O ardor apaga-se na brisa.