(...) da ashfixia à serotonina

quarta-feira, julho 12, 2006

331º

Passo Um

Minha folha em branco
Permite-me escrever-te, pintar em ti na carne o meu amor.
Esta é uma noite de veludo
Baloiçamo-nos nas estrelas, no céu liso ponteado de cristais.
Pinto-me. Sou a tua tela.
Todas as caras não são a tua, todos os risos são ásperos, impróprios.
(As rezas são impropérios)
Pára-o. Ao tempo
Mata-o em nós, para nós.
Não é possível iludir-te (por querer tanto)
Sou escrava do teu sangue mas tu, mestre divinizado, és também escravo das minhas mãos.
(Tenho uma linha que te pertence)
Estás para sempre vincado no meu peito em chamas.
Ao longe o nome do mar dança. As marés arrastam feridas abertas.
Uma praia sozinha
Como nós nas loucas asas do vento.

11-07-06, Via Roma, Lisboa

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

lindo, raquel

cito o meu livro

"grito por alguém.
mas sei que no deserto só procuro por mim mesmo"

10:15 da manhã  
Blogger Clarissa said...

Doce... lindo...suave e forte...

1:59 da tarde  
Blogger Unknown said...

belo

12:13 da tarde  
Blogger nina said...

Simples, forte, asfixiante e belo (desculpe a intromissão)

5:02 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home